
Agora, no começo do fim do ano, é uma boa oportunidade para fazer um planejamento para o ano que vem. Este post descreve minha sequência de atividades para o planejameento anual. Quero que o plano me ajude a atingir meus objetivos pessoais, saber até onde já fui, e o que eu devo fazer para chegar lá. Essa é uma forma possível de se prever o futuro, saber o que vai, ou não vai, acontecer este ano. Fazer um bom planejamento dá trabalho, mas o maior trabalho é seguir o que foi planejado. Tenho feito isso há muito tempo, mais de 20 anos pelo menos, e ajustando o processo cheguei à forma atual que eu espero estimular o leitor a fazer o mesmo.
1. Definir o calendário.
A primeira fase do plano é ter uma visão geral do ano, de preferência em uma ou duas páginas. Sugiro criar um calendário em uma planilha com uma semana por linha. Neste calendário indique os feriados do ano, os eventos planejados como congressos e feiras, festas e outras comemorações já definidas. Minha sugestão também é definir períodos onde serão gozadas as férias e licenças. Mesmo que não se possa precisar as datas, pelo menos os períodos melhores podem ser definidos.
Calendário de 2014.
2. Rever o ano anterior.
Se já costuma se planejar pode aprender com planejamento anterior e evitar os erros cometidos, ajustar as estimativas e expectativas. Por exemplo: analisar o desempenho dos investimentos, analisar as metas realizadas (ou não) na vida profissional e pessoal. Uma prática muito recomendada é a de balancear a carteira com investimentos de risco e investimentos conservadores. Uma informação importante é o perfil de receitas e despesas do ano que está terminando. Com essas informações vai ser mais fácil estimar o que vai acontecer no ano seguinte, se o seu perfil de consumo e hábitos não mudarem, a tendência é dos gastos se repetirem, corrigidos, é claro, pela inflação. Se este é o seu primeiro planejamento, faça as estimativas que puder, no ano que vem o resultado será melhor.
3. Definição de metas para o próximo ano.
Minha experiência sugere que este é o melhor momento de procurar definir as metas para o ano. Estas metas devem ser revistas e ajustadas com base no planejamento das receitas e despesas, mas é melhor se estabelecer metas ousadas antes do que se contentar apenas com os resultados posteriores. Uma informação útil neste momento é uma boa estimativa da inflação ou dos valores esperados para os juros do ano ou a estimativa do CDI. Uma outra ação importante é rever o balanço entre as aplicações de risco e as aplicações conservadoras. A relação varia conforme a sua estratégia e seu momento de investimento. Entre as metas importantes para o ano estão as metas de poupança e as outras realizações desejadas para o ano. Considero que o planejamento não é só financeiro, e deve incluir outras atividades profissionais, pessoais e até sociais e culturais.
4. Planejamento das receitas.
As metas vão ser realizadas pela diferença entre as receitas e recursos disponíveis e as despesas. Deve-se pensar nos recursos financeiros que podem financiar as metas, mas também os recursos de tempo e esforço pessoal que serão dispendidos. O próximo passo é estimar o que vai receber de salários, bonificações e comissões. Com base nas expectativas dos juros pode-se estimar o rendimento das aplicações e chegar no total de recursos disponíveis no ano. Importante observar que cada aplicação tem uma expectativa de retorno diferente e é hora de verificar se você está satisfeito com a distribuição do investimentos. Considere também o investimento pessoal de tempo e esforço nas diversas atividades e o retorno pessoal, profissional e cultural que elas produzem.
5. Planejamento das despesas.
Analogamente às receitas, pode-se estimar as despesas. Isso vai ficar bem fácil se você tiver em mãos os gastos do ano anterior. O mais fácil é começar com as despesas que acontecem uma vez por ano como impostos (IPVA, IPTU), seguros de carro, uma revisão do IRPF (pagar ou receber). A partir dai pode-se estimar os gastos regulares como: alimentação, transporte, telefone, internet, moradia, combustível, vestuário, saúde etc. O importante é sair com um orçamento de despesas para o ano, organizadas por categorias por mês. O orçamento pode e deve incluir também despesas extras como trocar carro, férias, equipamentos, presentes e outras. O objetivo e um bom orçamento sem surpresas. Considere também o esforço e tempo dispendidos nas várias atividades e se essa distribuição está adequada com suas metas.
6. Criação de pontos de controle.
Para garantir que o planejamento está sendo executado como desejado é importante definir pontos de controle das metas e do orçamento ao longo do ano. Os valores mensais podem ser totalizados em trimestres, que podem indicar se o caminho está correto ou se é necessário alguma correção. Sugiro criar o hábito do controle periódico, provavelmente semanal, para calcular e verificar as medidas. Desvios e ajustes podem ser feitos nestes pontos para garantir o atingimento das metas.
Planejar e gerenciar este plano é trabalhoso mas produz resultados interessantes. O principal sentimento é que a você está realmente assumindo o controle da sua vida. Isso exige maturidade e responsabilidade. Muitos vão preferir evitar essa responsabilidade e atribuir o seu insucesso ou a outros. Outro resultado de um bom planejamento é tornar a sua vida com poucas surpresas. Isso pode ser bom, se você é uma pessoa que gosta de uma vida mais tranquila, ou ruim se você gosta de arriscar com a sua sorte. A experiência pode ser muito gratificante, ao saber que consegue prever o futuro, e que o seu futuro depende, em grande parte, a você.